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INCONSCIENTE INDIVIDUAL & INCONSCIENTE / HERANÇA FAMILIAR & ANTEPASSADOS

25 fev

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Quando tomamos consciência de nossa condição humana e sentimos necessidade de fazermos alguns “ajustes” em nosso agir e em nosso “merecer” é preciso saber o significado de certos termos que regem esse “agir “ e esse “merecer”.

Vamos a eles então:

1- Inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo

É do conhecimento de muitos a grande contribuição de Freud no que se refere ao conceito de inconsciente, inicialmente considerado o depositário de conteúdos reprimidos e/ou esquecidos pelo ego. Jung, posteriormente, complementou esta ideia ao atribuir duas camadas ao inconsciente, diferenciando-as como inconsciente pessoal e inconsciente coletivo.

O inconsciente pessoal é a camada mais superficial, formada a partir de experiências pessoais, contendo sentimentos, percepções e recordações esquecidas ou reprimidas ao longo da vida do sujeito e, consequentemente, latentes à consciência.

O inconsciente coletivo complementa o inconsciente pessoal, e muitas vezes se manifesta igualmente na produção sonhos. Desta forma, enquanto alguns dos sonhos têm caráter pessoal e podem ser explicados pela própria experiência individual, outros apresentam imagens impessoais e estranhas, que não são associáveis a conteúdos da história do indivíduo. Esses sonhos são então produtos do inconsciente coletivo, que nesse caso atua como um depósito de imagens, símbolos ou mitos.

2- Arquétipos

São estruturas que possibilitam a manifestação de imagens universais, primordiais, existentes há milhares de tempos.

A capacidade de possuir essas imagens é hereditária e é essa hereditariedade que explica a repetição de certos motivos de maneira idêntica em todo o mundo.

Mas os arquétipos também representam a força ou a tendência de fazer com que essas repetições ocorram.

Quem busca a iluminação deve estar consciente de que a concentração de energia dos arquétipos pode estar a serviço de levar as pessoas a fazerem feitos coletivos que mudem situações repetitivas desagradáveis, também conhecido como “carma”.

3- Herança emocional

Engana-se que a herança emocional não influencia em nosso pensar e em nosso agir. A herança  emocional é decisiva e impositora.  A nossa história não começou quando emitimos o primeiro choro.

Somos mais do que frutos de ovulo e esperma. Somos um produto dos desejos, fantasias, medos e toda uma constelação de emoções e percepções que se misturaram para dar origem a uma nova vida. Não podemos esquecer que o exterior atua sobre o feto ainda em estado gestacional.

Não podemos esquecer que a chamada “história familiar” se confunde com a “herança familiar”. ´Quando nascemos começamos a escrever a nossa história com as nossas ações, mas o preambulo já foi escrito pelos nossos antepassados. O fruto para existir tem que contar com a semente, o broto, a muda, a raiz, o caule, o ramos, as folhas e as flores. Cada individuo é apenas um capítulo do mesmo livro.

Herdamos de nossos antepassados, os dons, a criatividade, os pesadelos, os traumas, as experiências mal resolvidas, as características emocionais e essa herança atravessa gerações.

Podemos inclusive considerar que como existe o Inconsciente coletivo também existe o inconsciente familiar. E muitas vezes o que é calado na primeira geração a segunda carrega no corpo. E nessa herança familiar as experiências silenciadas, que estão escondidas porque são um tabu (suicídios, abortos, doenças mentais, homicídios, perdas, abusos, etc). o trauma tende a se repetir na próxima geração, até encontrar uma maneira de tornar-se consciente e ser resolvido.

É melhor pensar que esses desconfortos físicos ou emocionais que parecem não ter explicação podem ser “uma chamada” para que tomemos consciência desses segredos silenciados ou daquelas verdades escondidas, que provavelmente não estão na nossa própria vida, mas na vida de algum dos nossos antepassados.

Cada um de nós tem muito a aprender com os seus antepassados. A herança que recebemos é muito mais ampla do que supomosÀs vezes os nossos antepassados nos fazem sofrer e não sabemos o porquê.

Talvez tenhamos nascido em uma família que passou por muitas vicissitudes, e não saibamos qual é o nosso papel nessa história, na qual somos apenas um capítulo.

É provável que esse papel nos tenha sido atribuído sem o nosso conhecimento: devemos perpetuar, repetir, salvar, negar ou encobrir as feridas destes eventos transformados em segredos.

Todas as informações que pudermos coletar sobre os nossos antepassados serão o melhor legado que podemos ter.

Saber de onde viemos, quem são essas pessoas que não conhecemos, mas que estão na raiz de quem somos, é um caminho fascinante que só nos trará benefícios.

Isto nos ajudará a dar um passo importante para chegar a uma compreensão mais profunda de qual é o nosso verdadeiro papel no mundo.

 

 

 

 
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Publicado por em 25 de fevereiro de 2017 em ESPIRITUAL, MEUS ESCRITOS

 

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